Para sobreviver a BBC terá que fazer mais com menos
O novo director-geral da BBC, Tim Davie, chegou ao cargo numa altura em que o operador público está a ser confrontado com cortes de orçamento e, ao mesmo tempo, com a necessidade de investir numa “grelha” “única e inovadora”, recordou Jim Waterson num artigo de opinião publicado no “Guardian”.
Waterson considera, então, que Davie enfrenta um dilema quase cómico: o de fazer mais com menos.
Do ponto de vista de Davie, além de ser necessário diminuir os salários dos quadros é, também, crucial “cortar” os programas que não se qualificam como "conteúdo único e de alto impacto". Além disso, o novo director-geral considera que os jornalistas da BBC têm uma reputação a manter e que, por isso, deverão abster-se de tecer comentários políticos na rede social Twitter.
Isto porque a BBC está numa “guerra aberta” com o Governo conservador de Boris Johnson, que ponderou a despenalização do não pagamento da taxa de TV e a transformação do operador público num serviço de “streaming”, qual Netflix.
Setembro 20
Registou-se, também, uma pequena, mas significativa redução, no número de licenças de televisão activas, em apenas um ano, sugerindo ou a evasão às taxas de licença, ou que mais pessoas dispensam a produção da empresa.
Há, ainda, que recordar as dificuldades em conquistar um público jovem. Um quinto dos menores de 16 anos não consome qualquer conteúdo da BBC e alguns estudos de mercado sugerem que os jovens entre os 16 e os 34 anos de idade passarão, em breve, mais tempo a ver vídeos do YouTube do que a consumir conteúdo do operador público.
Além disso, a BBC tem vindo a tornar-se desinteressante para as minorias raciais, bem como para os cidadãos mais pobres do norte de Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte.
Waterson conclui, então, que “se Davie quer assegurar o futuro a longo prazo da BBC, terá de inverter estas tendências - ou enfrentar uma erosão gradual do apoio financeiro e político da BBC”
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