Para Paquete de Oliveira não há em Portugal jornais de esquerda ou de direita

José Paquete de Oliveira admite que haverá jornais “que se ‘inclinam’ mais para a direita e outros mais para a esquerda”, mas não tanto como no estrangeiro, em que “temos jornais assumidamente de direita e jornais de esquerda”.
“Em Portugal, exceptuando o período revolucionário com a edição de jornais declaradamente partidários, a imprensa comercial seguiu, sobretudo, a estratégia de se mostrar aberta à maior captação de audiência plural.” (…)
Mais adiante, e situando esta questão no contexto actual, diz Paquete de Oliveira:
“Estas últimas semanas, por exemplo, muitas reclamações de o PÚBLICO estar a tomar repetidas posições à esquerda e, no fundo, assumir-se como de esquerda. Evidentemente, casos polémicos como as escolas públicas e privadas, demissões de dirigentes administrativos, o congresso do PS (aliás passou quase despercebido), as claras tomadas de posição no Parlamento, do BE, PCP e PEV, fazem emergir muito mais os discursos de sinal de esquerda do que de direita. É verdade que os arautos da direita também despertam e surgem com mais frequência e oportunidade.” (...)
A concluir, o Provedor do Leitor do Público refere a orgânica interna deste jornal como exemplo de uma variedade de tendências:
“Só directores-adjuntos tem cinco, para além de outros directores destacados e conselheiros editoriais. Estes formam um corpo redactorial que tem reunião para resolver em concreto as linhas do jornal. Obviamente que a directora terá uma palavra mais decisiva, mas não me parece que seja sempre definitiva. Aliás, basta uma olhadela rápida para notar que o PÚBLICO tem um leque de colaboradores (fixos ou convidados) cuja expressão e opinião expressa vagueia e se exprimem à direita e à esquerda.” (…)