Pela sua importância e significado, reproduzimos a seguir, na íntegra, o texto preparado por Alberto Dines e lido no congresso por Norma Curi:


As circunstâncias me impedem de receber pessoalmente esta homenagem , que muito me orgulha e a que agradeço de coração.

Sobretudo por vir de uma entidade que reúne a nata dos repórteres brasileiros.

 

Todo Jornalismo é investigativo, ou não é Jornalismo.

Donde se conclui que o que lemos, ouvimos e vemos todos os dias na imprensa não é Jornalismo.

Jornalismo hifenado, interpretativo, opinativo ou meta-qualquer-coisa, ou é um hífen ou uma cláusula limitativa.

Diante de uma premissa tão drástica, qualquer Jornalismo hifenado mais confunde do que esclarece. É uma falsa questão.

O que sobra da mídia diária é o que o olho do público vai buscar nas entrelinhas.

Só se criam caçadores da verdade com treinamento intensivo – com fórmulas – e dedicação -intensivas.

Mas o que estamos criando é um público dispersivo, apático, incapaz de reagir ou questionar.

Estamos produzindo midiotas, negligentes e distraídos – um público disperso.

Essa falsa questão é corrigida no dia a dia com iniciativas como as propostas pela ABRAJI, por aqueles que escapam do engodo e sobrevivem às armadilhas das teorizações apressadas – os que permanecem lúcidos.

Poucos.

Devem estar nesta plateia e seguramente estarão integrados à ABRAJI. Ainda bem..

Longa vida para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo”.