Outro jornalismo sobre as novas vagas migratórias

David del Campo, da ONG Save the Children, faz uma crítica:
“Durante quase cinco anos de guerra, custava ver que os grandes diários ou noticiários de rádio ou televisão abriam com tanto tempo e protagonismo como fizeram com os refugiados da Síria que chegavam à Europa ou morriam nas nossas costas. Quando a guerra na Síria é notícia de ‘destaque’ por gerar movimentos de pessoas que fogem para a Europa, e não pelos mais de 200 mil mortos ou por ter destruído 80% do seu sistema sanitário ou 50% das suas escolas, é um exemplo claro do tipo de jornalismo que se gerou.”
E a informação que falta pelo lado do jornalismo vem, por vezes, das próprias ONG, como se afirma noutro trabalho, publicado na Columbia Journalism Review, que põe em título (“A tale of two shipwrecks: how NGOs are leading migration coverage”) “A história de dois naufrágios: de que modo as ONG estão a liderar a cobertura da migração”, publicado a 13 de Novembro de 2015, onde se conta que as campanhas digitais lançadas pelas entidades humanitarias tiveram uma influencia notável na cobertura da crise:
“Estamos a entrar numa fase em que começamos a operar como uma organização mediática” - afirma Andrew Stroehlein, porta-voz na Europa da Human Rights Watch, uma das ONG que dão mais informação dos Balcãs.
“Os seus membros comportam-se completamente como repórteres”, explica à CJR Lauren Frayer, correpondente em Madrid para a NPR e Los Angeles Times, que cobriu o fenómeno migratório na Hungria, Croácia e Eslovénia durante varios meses e contou ter trabalhado perto de uma investigadora da HRW que “fazia exactamente o mesmo trabalho que um jornalista.”
http://www.cuadernosdeperiodistas.com/otro-periodismo-para-las-nuevas-olas-migratorias/