Os seis elementos para uma “dieta mediática” saudável…

Segundo o texto de apresentação do livro, que aqui citamos, a autora “propõe seis formas de melhorarmos a nossa dieta de Informação, que prometem conseguir que o leitor fique melhor informado, envolvido nos problemas que afectam a sua comunidade e, portanto, capacitado para tomar decisões correctas”.
Segue aqui a síntese desses seis passos:
- - Torne-se um consumidor consciente. Jodie Jackson ironiza sobre uma citação de Rupert Murdoch, segundo o qual as empresas de media limitam-se a “dar às pessoas o que elas querem”. E acrescenta: bom, vamos então mudar o que queremos, e passam a dar-nos algo diferente! As indústrias que evoluem por impulso do consumidor têm uma coisa em comum: confiam num consumidor consciente. Desde que entendamos o “porquê”, acabaremos por encontrar o “como”.
- - Leia jornalismo de boa qualidade. O conflito entre o jornalismo de qualidade e a rentabilidade não é só um problema da indústria. Resolvê-lo é também um problema nosso. Dependemos muito das notícias para compreender e dar forma à nossa sociedade, e a informação de má qualidade vai conduzir-nos a decisões de má qualidade. (...) Sejamos nós a conseguir que notícias de qualidade se tornem rentáveis e abundantes. (...)
- - Evite o “isco” dos clicks. Enfrentamos uma batalha diária entre o que é bom para nós, a longo prazo, e o que desejamos ou desfrutamos no momento, ou para onde nos atraem títulos apelativos ou sensacionalistas. O jornalismo não foi construído para ser entretenimento, embora esteja a cair nesta tendência. O seu objectivo era educar-nos, informar-nos e capacitar-nos a entender o mundo para além da nossa experiência pessoal. (...)
- - Esteja pronto a pagar pelo conteúdo. Nada na vida é grátis. Se não pagamos pelo conteúdo que lemos, alguém o faz por nós. E as empresas noticiosas vão acabar por responder àqueles que pagam as contas. Se essas empresas confiam em que a publicidade seja a sua principal fonte de receita, então as corporações terão prioridade sobre os consumidores. (...) Temos de estar preparados para pagar pelo conteúdo das notícias e apoiar as empresas noticiosas para que possam ser verdadeiramente independentes. (...)
- - Leia mais do que notícias. Num ambiente rico de informação, estão disponíveis muitas outras fontes valiosas. Os romances podem ajudar-nos a trabalhar os nossos músculos emocionais, permitindo desenvolver sentimentos de empatia e compreensão dos outros, e os livros de não-ficção trazem-nos profundidade e conhecimento bem investigado. Os documentários podem proporcionar uma plataforma focada para aprofundar um tema específico. (...)
- - Procure artigos centrados em soluções. Não temos de ficar à espera de que as empresas noticiosas mudem para passarmos a ter uma dieta mediática mais equilibrada. Podemos criar esta mudança por nós mesmos. Uma vez que tenhamos adoptado uma atitude voluntária nesse sentido, que inclua tanto as soluções como os problemas, vamos descobrir que o mundo está cheio de pessoas fantásticas, fazendo coisas fantásticas. Depende de nós encontrá-las, aprender com elas e sermos inspirados por elas. (...)
O texto aqui citado, na íntegra na Red Ética da FNPI.