Os riscos do “jornalismo de telemóvel” em tempo real nas redes sociais

O primeiro exemplo citado é o de Laurence Cameron, que estava no aeroporto de Ataturk quando começou um atentado, e ele mandou duas linhas de texto pelo Facebook: “Algo está acontecendo no aeroporto, aqui em Istambul – todo mundo em pânico, gente gritando sobre bombas. Há boatos de um ataque.”
O acesso tornou-se (demasiado) instantâneo, e o rigor da informação não melhorou por esse motivo.
Kim Bui, sub-editora administrativa do site Reported.ly, destaca “a dificuldade de oferecer um contexto abrangente sobre as notícias de última hora a partir da sua editoria, ao contrário do que ocorre no lugar em que os factos acontecem”.
De regresso da África do Sul, onde trabalhou numa matéria para a qual vem fazendo pesquisa há muito tempo, conta que, ao ter uma experiência de primeira mão e poder falar pessoalmente com os entrevistados, acha que ganhou mais, em termos de conhecimento das complexidades da questão, do que teria ganho “por meio do Skype ou de uns poucos tweets”.
Mas os jornais e as emissoras estão a reduzir os seus enviados ao estrangeiro: “Não há dúvida alguma de que excelentes correspondentes estrangeiros têm que depender muito mais de conteúdo gerado pelos usuários no presente do que no passado”, disse David Clinch, editor-chefe do site Storyful. Depois disso, é preciso contar com todas as intromissões e falsas notícias que enxameiam a Net, já não falando da desinformação intencional.
“Em Fevereiro, o Twitter anunciou que no ano passado havia fechado 125 mil contas devido a ‘ameaças ou apoio a actos terroristas, principalmente relacionados ao Estado Islâmico’.”
Para o bem ou para o mal, o vídeo com transmissão ao vivo passou a fazer parte da ferramenta dos jornalistas e dos meios para que trabalham.
O artigo no Observatório da Imprensa, e o original no site journalism.co.uk