O autor parte da constatação de que “é muito diferente governar um grupo de comunicação num ambiente delimitado, relativamente protegido e eminentemente nacional, ou gerir essas mesmas empresas num quadro aberto, absolutamente concorrencial e essencialmente global”. 

Tendo descrito a natureza inescapável da globalização, José Luís Ramos Pinheiro adianta que “a melhor forma de os media enfrentarem esta onda é descobrir o modo de a aproveitar, para navegar melhor e mais longe”. Prolongando esta imagem, afirma que “os barcos para esta ondulação só podem ser diferentes - na estrutura, nas competências e nas ferramentas” e sublinha precisamente a importância da aposta nessa diferença: 

“E quanto mais diferenciadores forem os serviços, maior será o valor percepcionado pela sociedade e pelo mercado. Numa era em que todos parecem oferecer tudo a todos, é indispensável redefinir prioridades, de modo a entregar aos clientes e ao público um valor indiscutível, tendencialmente único e, por isso, claramente competitivo.” 

Aborda, a seguir, a questão de fundo que se põe à sustentabilidade dos media:

“Curiosamente, os grandes motores de busca vivem dos conteúdos; precisam deste petróleo que alimenta o interesse dos consumidores. Mas recusam pagar o preço justo pelos milhões de conteúdos que diariamente os media lhes entregam.”

O sentido em que aponta, finalmente, José Luís Ramos Pinheiro, é o de que, “neste quadro, a resiliência dos media e a relação de confiança gerada com os respectivos públicos e parceiros constituem trunfos que é impensável alienar”. (...)

“Não nos afastaremos da matriz que justifica a indispensabilidade dos media. Porque as sociedades  – e a portuguesa não é excepção –  precisam de meios independentes e qualificados, ousados e inovadores; e capazes de arriscar.”

 

 

O artigo de Ramos Pinheiro, na íntegra, na M&P