Os “Pandora Papers” como exemplo de uma colaboração jornalística
Após a assinatura de um contrato de confidencialidade ,explicaram os autores, os jornalistas receberam, depois, 2,94 terabytes de dados, o equivalente a um milhão de Bíblias em formato digital. Posto isto, o primeiro passo foi encontrar uma lógica por detrás de todos os documentos, identificando histórias que pudessem interessar ao público.
Isto foi conseguido graças a duas ferramentas digitais. A primeira, a Datashare, permitia identificar documentos e realizar pesquisas nos próprios textos. A segunda, IHub, facilitava o contacto entre todos os colaboradores do projecto.
Depois de identificarem as principais temáticas, e de recolherem dados e referências relevantes, os jornalistas entraram em contacto com algumas das personalidades referidas nos documentos, para que estas pudessem explicar-se.
Por fim, explicaram os autores, os profissionais redigiram algumas peças, planeando a divulgação dos dados. A ideia era que as 150 redacções se unissem, como se fossem um único “media”. Ou seja, todos deveriam revelar as informações de forma simultânea, sem se sobreporem às restantes publicações.
Após todo este processo, as primeiras descobertas foram divulgadas em 3 de Outubro de 2021.
Contudo, o trabalho não acabou por aqui, sendo que os jornalistas continuam a publicar as suas conclusões, estando ainda a fazer novas descobertas.
Agora, concluíram os autores, os colaboradores dos “Pandora Papers” querem ir mais longe, espelhando a realidade, e encarando cada nova história como uma aventura.
Leia o texto original em “Cuadernos de Periodistas”