Os obituários elaborados como incentivo à difusão dos “media”
Os obituários são secções importantes e merecem ser repensadas pelos jornais, defendeu a jornalista Kristen Hare num artigo publicado no “site” do Instituto Poynter.
Durante os últimos dois anos, Hare começou a defender uma teoria: os cidadãos têm interesse em ler obituários de pessoas comuns, desde que esta secção esteja em formato digital. Além disso, este tipo de formato pode conquistar um número substancial de subscrições.
A análise desta hipótese passou, então, a ser analisada pela jornalista no Instituto Reynolds na Universidade do Missouri, com o objectivo de testar a viabilidade deste tipo de iniciativa, e de a introduzir em algumas publicações, como forma de garantir a sua sustentabilidade financeira.
Para tal, Hare começou a escrever um obituário por semana no “site” do jornal “Tampa Times”, como forma de analisar o sucesso no projecto e o interesse dos leitores em subscreverem um serviço semelhante.
Desde Julho de 2020, os obituários de Hare conquistaram 200 mil visitas, 300 mil minutos de leitura e, acima de tudo, 226 novas assinaturas do jornal.
Através destes dados estatísticos, Hare chegou à conclusão de que este tipo de formato é, especialmente, atractivo para algumas comunidades dos Estados Unidos. A autora destacou, neste âmbito, que os seus artigos sobre a morte de um cidadão guianês, de um chefe da polícia e de uma “drag queen” foram os que mais receberam atenção do público.
Da mesma forma, os leitores demonstraram interesse por artigos que faziam referência a locais facilmente identificáveis no seio dessas mesmas comunidades.
Além disso, de acordo com a autora, os cidadãos quiseram ler sobre pessoas com histórias de vida marcantes e sobre as suas conquistas ao longo da vida.
Junho 21
Hare sublinha que nem todas as histórias tiveram um impacto significativo nas visitas no “site”, mas que, de forma geral, continuam a despertar o interesse dos leitores mês após mês.
De acordo com a autora isto é conseguido através de uma análise dos obituários de funerárias, que reúnem pequenas histórias sobre cada pessoa, o que permite escolher os temas mais adequados para o jornal.
Segue-se uma análise do arquivo da cidade e o contacto com os familiares e amigos da pessoa em causa, para que estes possam adiantar alguns pormenores. Hare destaca, da mesma forma, uma selecção intensiva de fotografias, que espelhem a personalidade e conquistas de cada pessoa.
É também importante realizar um processo de “fact-checking”, para garantir que todas as informações do obituário são verdadeiras.
A autora sublinha, ainda, a importância de manter o contacto com os entrevistados para o obituário, caso haja a possibilidade de escrever uma segunda história sobre a mesma pessoa.
Com isto, Hare conseguiu lançar, em Dezembro de 2020, a “newsletter” “How They Lived”, que reúne histórias inspiradoras e lições de vida, com o objectivo de transformar a morte em algo menos deprimente, e mais construtivo.
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