Podemos perguntar: mas porquê os bibliotecários? 

“O seu trabalho é navegar pelo mundo da informação, ajudando professores e estudantes a encontrarem aquilo de que precisam e a distinguir a boa informação da má. Também eles enfrentaram as suas convulsões tecnológicas, e responderam desenvolvendo um conjunto de princípios que ajudam o público a avaliar a credibilidade da informação e a usá-la de modo ético. Eles chamam a este processo ‘literacia da informação’.” 

Olivia Ivey, uma bibliotecária especializada no ensino da literacia da informação, conta que o êxito do seu trabalho é quando um estudante pergunta: “Mas quem disse? E baseado em que autoridade? E com quais evidências?” Aquele que se destaca é o que vai mais longe e sabe refutar informação não rigorosa. 

O artigo conta depois a experiência de dois bibliotecários que estavam frustrados por não conseguirem transmitir aos estudantes a questão da gravidade do plágio, da correcta citação das fontes e da integridade académica. 

“Os estudantes estavam cépticos. A lição não correspondia à sua experiência das redes sociais, onde a informação é regularmente reciclada, metida noutra embalagem e destinada a outro uso. Então os bibliotecários usaram o Twitter para demonstrar o seu argumento, citando o caso de um utente que plagiou tweets de comediantes, alterando ligeiramente o seu fraseado para escapar à detecção pelos motores de busca. Desta vez os estudantes perceberam o mal que estava a ser feito.” 

Estas experiências revalorizam, aos olhos dos seus participantes, a importância da aprendizagem como conversação, como diálogo. Sherry Turkle, psicóloga clínica e professora no M.I.T., publicou recentemente um livro intitulado  Reclaiming Conversation: The Power of Talk in the Digital Age. Segundo explica, “a crescente dependência da comunicação digital e das redes sociais às custas da comunicação face a face está a arruinar o discurso cívico, diminuindo a capacidade das pessoas para escutarem pontos de vista alternativos e desenvolverem ferramentas de diálogo, compromisso e construção de consenso”. 

Segundo Sherry Turkle, “os estudantes acham que os media apresentam uma visão do mundo como uma série de emergências, uma série infindável de catástrofes, de que fazem a cobertura como ‘desastres que precisam de socorro a desastres’.” 

“A opinião e o sentimento pesam mais do que os factos. É difícil pôr a informação em contexto ou compreender as causas profundas, menos ainda ficar capaz de procurar soluções.” 

A lição trazida pelos bibliotecários é a de “encorajar os utentes a focarem-se na investigação mais do que na opinião, a avaliarem uma diversidade de fontes, a terem em conta vários pontos de vista e perspectivas e a desenvolverem a capacidade de seguir por novas avenidas à medida que adquirem novo conhecimento”.

 

O artigo original de Louise Lief, no site da Columbia Journalism Review