Os “Media” públicos em risco de irrelevância junto dos jovens
O relatório compara a forma como as audiências entre os 18 e os 25 anos utilizam as notícias de serviço público online e offline em relação ao concorrente privado mais forte e em relação à utilização do YouTube e do Facebook para consumo de notícias.
Em muitos países europeus, o Facebook e o YouTube são mais utilizados pelos jovens, como fontes de informação online, do que os meios de comunicação social de serviço público. O Facebook é o mais referido pelo público jovem, como fonte de notícias online em sete dos oito países abrangidos e o YouTube em seis dos oito países.
As audiências mais jovens preferem o formato de notícias online, contudo, a BBC oferece uma maior abrangência no que respeita ao público jovem comparativamente com o público em geral.
O alcance semanal de notícias online para pessoas com menos de 25 anos diminuiu, entretanto, na maioria das instituições analisadas.
Em todos os países abrangidos pelo relatório, os noticiários dos serviços públicos são menos utilizados pelos que têm uma educação mais básica. Tendo em conta como o consumo de notícias é caracterizado por uma desigualdade social significativa, há o risco de as notícias dos serviços públicos agravarem esta lacuna ao invés de a resolver.
“Na Alemanha, apenas 13% do grupo com menos habilitações utiliza os serviços online da ARD e ZDF pelo menos uma vez por semana, em comparação com 17% em geral. Esse número cai para 11% na RAI italiana e para 9% na RTVE e 8% para os serviços online dos media públicos conjuntos em França.”
Em cinco dos oito países analisados, os serviços de notícias públicos são, em média, mais confiáveis do que seus concorrentes privados e a maioria atinge pessoas com opiniões políticas diversas, embora, em alguns casos, menos à direita política.
Na análise de público com opiniões populistas, a maioria dos serviços analisados alcança igualmente pessoas com e sem atitudes populistas. À excepção da Grécia, onde a ERT não alcança audiência com atitudes populistas.
Os apoiantes de ideias populistas têm consideravelmente menos confiança nos meios de comunicação públicos, à excepção da RAI, que é considerável fiável igualmente por cidadãos populistas e não populistas.
O relatório demonstra que estes serviços de informação pública analisados detêm mais confiança do que os seus principais concorrentes privados.
Anne Schulz, principal autora do relatório, destaca que, contudo, estes meios “parecem estar a enfrentar problemas de confiança por parte de audiências populistas. Os cidadãos populistas não pararam de usar esses canais, mas confiam menos neles. Será importante estar atento a esta questão no futuro".
Mais informações em Reuters Institute.