Aliás, para Bill Keller, seguir este modelo é o mesmo que“abandonar a tarefa de pais”, por considerarmos que “o futuro dos nossos filhos já está definido pela natureza e pela genética”.


Tendo esta premissa em conta, o autor defende que os profissionais dos “media” devem continuar a seguir as normas éticas e deontológicas do jornalismo, para que os serviços noticiosos sejam úteis para os cidadãos, bem como para a saúde das democracias.


Conforme apontou o articulista, “com as tecnologias disponíveis, qualquer cidadão pode ser um agente de informação, pode dar a sua opinião e apresentar realidades alternativas como factos”.


E é a partir deste novo paradigma que o jornalismo entra em cena como profissão que procura a verdade, que contrasta e verifica, que fornece explicações e contextos: “uma profissão que deve ser cuidadosamente seleccionada e avaliada, determinando o que é verdadeiro, o que é interessante e o que ajuda a explicar e a compreender a realidade”, defendeu o autor.


González Urbaneja considera, da mesma forma, que enquanto os colaboradores dos “media” continuarem a ceder à tentação de optar por um discurso sensacionalista, a imprensa será cúmplice da polarização da sociedade.


O autor convida, por isso, todos os jornalistas a abandonarem o “caminho fácil”, primando pela verificação de factos, pela transparência, pelo abandono das agendas pré-definidas e pela ausência de preconceitos. 


Para González Urbaneja, “estas são algumas das tarefas urgentes”, que permitirão ao jornalismo deixar de ser “cúmplice da polarização” e passar a dar voz a uma “cidadania decepcionada e inquieta”.