Os “media” e a amnésia colectiva perante ideias antidemocráticas
A vida num contexto democrático levou muitos cidadãos a começarem a praticar o “paradoxo da tolerância”. Isto é: a naturalizarem ideias antidemocráticas, ao abrigo de direitos conquistados em contexto democrático.
Conforme apontou João Victor Gobbi Cassol, num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria, isto acontece devido ao fenómeno da amnésia colectiva.
Ou seja: alguns cidadãos têm tendência para se esquecer das consequências nefastas de eventos passados, tentando vendê-los ao público como “positivos”.
Por isso mesmo, considerou o autor, cabe ao jornalismo reavivar memórias, e garantir que alguns fenómenos históricos não voltam a repetir-se.
Gobbi Cassol relembra, neste contexto, que o aparecimento das vacinas contra a covid-19 fez-se acompanhar de movimentos negacionistas, que contradizem a ciência, e pregam ideias anti-inoculação.
Ora, de acordo com o autor, isto acontece porque os cidadãos já não têm memória de um mundo em que não existiam vacinas, no qual as pessoas morriam de doenças como a meningite.
Por isso mesmo, tendem a desvalorizar os efeitos destas vacinas, e a contradizer a necessidade da inoculação para uma vida saudável.
O mesmo acontece no mundo político, que está a ser marcado pelo surgimento de movimentos “neo-nazis”, que pregam pelo direito ao “anti-semitismo”, ao abrigo do direito à liberdade de expressão.
Mais uma vez, continuou o autor, isto acontece porque os defensores destas ideologias não têm recordações de um mundo autoritário, em que a liberdade de expressão não existia.
Março 22
Em suma: a amnésia colectiva está a conduzir-nos para um paradoxo, no qual defendemos valores antidemocráticos, ao abrigo de direitos conquistados em contexto democrático.
Assim, Gobbi Cassol considera que os jornalistas devem actuar rapidamente, de forma a recordar fenómenos políticos e sociais do passado, educando os cidadãos do presente, e evitando que a história se repita.
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