Os Media americanos entram na era dos “factos alternativos”
Os “factos factuais”, se nos é permitido improvisar mais um neologismo, são as imagens fotográficas, por meios aéreos, das multidões presentes na rua, na investidura de Barack Obama em 2009, e agora na de Donald Trump.
Publicadas lado a lado por The New York Times, suscitaram um comentário do Presidente na sede da CIA, declarando estar “em guerra com os media”, que se encontram entre “os seres humanos mais desonestos do planeta”, e depois o diálogo entre Chuck Todd, na NBC, e a assessora Kellyanne Conway, na Casa Branca, que inaugurou a nova designação.
O diário francês Le Monde, que aqui citamos, faz uma síntese irónica deste mau começo de relação entre a nova Administração e os media, acrescentando-lhe um artigo mais recente, segundo o qual vários jornalistas norte-americanos afirmam que têm uma escolha a fazer, entre “dizer a verdade” ou “manter o acesso à Presidência”, mas que já não é possível ter os dois...
Também a Columbia Journalism Review tem como seu primeiro artigo do dia “Don´t let Trump get away with ‘alternative facts’” (Não deixem Trump safar-se com os ‘factos alternativos’), e o Poynter.org, entre outros artigos sobre esta polémica, publica “Don’t ridicule ‘alternative facts’. Fact-check them” (“Não ridicularizem os ‘factos alternativos’. Façam o fact-checking deles.”
Os dois textos de Le Monde e os da CJR e do Poynter.org