Os “explicadores” e comunicadores independentes no conflito russo-ucraniano
O conflito russo-ucraniano veio demonstrar que o jornalismo perdeu a exclusividade na análise de acontecimentos relevantes, uma vez que os cidadãos têm procurado esclarecer as suas dúvidas junto de “explicadores” e comunicadores independentes, afirmou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Assim, a preferência do público pelas informações veiculadas por “explicadores” reforça a ideia de que os “media” devem procurar reformular o seu “modus operandi”, voltando a aproximar-se dos consumidores.
Conforme explicou Castilho, na era digital, os “media” deixaram de ter capacidade de processar todas as informações disseminadas. Por isso mesmo, as publicações jornalísticas tendem a seguir uma determinada linha editorial, focada num só ângulo.
Contudo, continuou o autor, este é um conflito complexo, que exige uma análise pormenorizada, e uma atenção especial.
Por isso mesmo, os cidadãos começaram a prestar atenção aos “explicadores”, que podem não ter formação jornalística, mas que disponibilizam o seu conhecimento e experiência, para responder às questões de um determinado grupo.
Além disso, ao contrário do que acontece em formatos jornalísticos, estes “explicadores” estabelecem uma ligação directa com a audiência, respondendo às dúvidas que o público envia.
Março 22
De acordo com Castilho, isto cria um dinamismo e uma interactividade inexistente nos grandes jornais e telejornais, o que acaba por distanciar os “media” das audiências, levando os profissionais a criar "bolhas" informativas, onde a principal preocupação é a concorrência com outros títulos.
Para os profissionais da imprensa, o fenómeno dos "explicadores" sinaliza, assim, a necessidade de desenvolver novas rotinas informativas, que contextualizem os acontecimentos, em detrimento das “avalanches noticiosas”.
Castilho sugere, por isso, que as publicações jornalísticas passem a focar-se na qualidade dos conteúdos, em prejuízo da quantidade.
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