Os dilemas dos jornalistas nos Jogos Olímpicos de Pequim
Os jornalistas que estão a cobrir os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim enfrentam, agora, um dilema ético significativo, considerou Steve Butler num artigo de opinião publicado no “site” do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).
Isto porque, por um lado, noticiar certos acontecimentos naquele país poderia representar a detenção destes profissionais. Por outro lado, ignorar estes assuntos representaria uma falha dos jornalistas para com o público.
Isto será, igualmente, um problema no contexto de entrevistas com determinados atletas, que poderão sentir-se impelidos a criticar, nas suas declarações à imprensa, algumas das acções e medidas do governo de Pequim.
Conforme recordou Butler, o Comité de Organização dos Jogos Olímpicos alertou os atletas que qualquer “comportamento ou discurso que atente contra o espírito do evento, ou contra as leis chinesas” seria, devidamente, punido.
Ora, apesar de este alerta ter sido dirigido aos desportistas, as punições poderão, também, ser aplicadas aos profissionais de “media” que reportem sobre os seus comportamentos.
Em teoria, afirmou Butler, o Comité assegurou “total liberdade de imprensa”, afirmando que “não haverá qualquer limitação ou restrição” ao trabalho dos jornalistas.
Contudo, continuou o autor, é provável que, em alguns casos, o governo de Pequim considere que um determinado artigo ou reportagem tenha “violado as leis chinesas”.
Além disso, Pequim não tem escondido as suas acções repressivas contra jornalistas críticos do governo, com um censo do CPJ a indicar que, pelo menos, 50 repórteres chineses estão a cumprir uma pena de prisão.
Fevereiro 22
Estas medidas estenderam-se, nos últimos três anos, à zona administrativa de Hong Kong, onde vários profissionais foram detidos, ao abrigo da Lei de Segurança Nacional.
Além disso, continuou Butler, ao controlar a maior máquina de censura do mundo, é provável que a China procure vigiar as acções de todos os jornalistas presentes no evento.
Ainda assim, afirmou o autor, a fim de cumprirem a sua missão enquanto jornalistas, é possível que certos correspondentes aproveitem a presença na China para reportarem sobre a pandemia e sobre a violação dos Direitos Humanos.
“Pessoalmente, espero que os jornalistas não se deixem intimidar, e que publiquem reportagens completas. Mas esta é uma decisão complexa, que os profissionais devem tomar por si mesmos”, concluiu.
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