Em 2015, o “Tiempo” entrou em falência devido à quebra na publicidade oficial  e à crise económica que assolou a Argentina . Assim, o jornalpassou a adoptar um modelo de negócio mais próximo das “startups” de jornalismo, concentrando os seus esforços no conteúdo digital. No entanto, faltava capital para o negócio.

As mudanças passaram, então, pela alteração do modelo de financiamento. A redacção do “Tiempo”  é, agora, uma cooperativa, dependente do investimento de membros externos. Os jornalistas estabeleceram uma ligação próxima com os colaboradores, com quem estão, permanentemente, em contacto, e que são presença assídua nos eventos do jornal.

A relação com os membros requer, contudo, uma estratégia de comunicação específica. Uma das formas de conseguir isso mesmo passa pelo envio de mensagens personalizadas -- “Um programa avisa quando os membros não estão activos, e nós enviamos um e-mail para descobrir o porquê,” explicou Borelli.

O “Tiempo” depende, ainda, de uma equipa de “marketing”, já que Borelli admite que os jornalistas têm dificuldade em estabelecer parcerias. Isso permite que a redacção se concentre no jornalismo, delegando as tarefas administrativas a especialistas.

No actual contexto, Borelli acredita que o aparecimento de “media” independentes pode contribuir para o fortalecimento dos veículos que já estão no mercado. Ele reconhece que a mudança passa pela valorização do jornalismo pelo público.

Artigo originalmente publicado no blog Jornalismo nas Américas