A especialista defende, por isso, que os jornais poderiam, por exemplo, passar a ocupar espaços de lojas. 


“Temos a tecnologia para tal”, reiterou.


Por sua vez, a professora Danielle Kilgo da Universidade de Minnesota acredita que as “comunidades devem ter acesso às redacções que as servem”.


“É importante que os jornalistas possam ser vistos e que as pessoas saibam de onde os profissionais vêm”, considerou Kilgo. “Existe muito valor num espaço que os leitores possam reconhecer como jornalístico”.


Mas, para alguns editores, esse espaço deveria ser financeiramente sustentável.


Aliás, nos Estados Unidos, certos jornais estão a apostar noutro tipo de negócios, como espaços de restauração e Airbnb, para financiar a publicação.


É esse o caso do “ Ferndale (California) Enterprise” , responsável pelo aluguer de casas de férias.


A “publisher” do jornal, Caroline Titus , acredita que, ao estar ligada a este tipo de negócio, consegue estabelecer contactos com a restante comunidade.


“Acho que operar num Airbnb me deu uma voz e outro tipo de conhecimento”, afirmou. 


Noutros casos, como no “NOWCastSA”, o edifício de redacção foi substituído por uma biblioteca. A publicação tem direito a utilizar o espaço, em troca da emissão de eventos.


“Estar neste edifício é algo extraordinário”, afirmou Charlotte-Anne Lucas, editora-executiva do jornal. “Descobrimos muito mais sobre a comunidade na biblioteca do que numa redacção”.


Existem, ainda, outros “media” que fizeram das Universidades a sua “casa”.


É esse o caso da publicação digital “100 Days in Appalachia”, que funciona a partir da Universidade de West Virginia, ou da “Indian Country Today”, que opera através de três instituições distintas -- Universidade Arizona State ASU Washington  e  Universidade Alasca Pacíficio.


Assim,  a especialista Nikki Usher considera que estamos, agora, perante “oportunidades de criar melhor jornalismo”, ao estabelecer uma maior proximidade com a comunidade de leitores.


Já Danielle Kilgo afirma que os jornalistas devem recordar-se de que, no final de contas, conseguem adaptar-se a uma vida profissional mais flexível.


“Espero que as redacções se recordem da sua adaptabilidade. Isto pode mudar a realidade jornalística”, conclui.