Onde se defende uma relação estreita dos “media” com a ciência
No Brasil o jornalismo científico ainda não é abordado com seriedade e, não poucas vezes, as peças sobre questões mais complexas acabam por ser uma caricatura da realidade.
Este quadro tornou-se mais evidente com a pandemia, já que se têm registado dificuldades em estabelecer contacto com a comunidade científica e em “traduzir” a informação partilhada por autoridades de saúde.
De acordo com um artigo de Vinicius Carvalho Silva publicado no “Observatório da Imprensa” -- associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria -- torna-se, assim, urgente, impulsionar a relação entre a ciência e os “media”, com novos projectos, parcerias e, ainda, verificação de factos.
Perante uma crise sanitária, o jornalismo revigora a sua importância na construção de um debate público, que não prescinde de valores como racionalidade, objectividade e factualidade.
Segundo o autor, é, então, tempo de fortalecer as bases dos “media”, enquanto organizações fundamentais no Estado democrático de direito.
Junho 20
Isto porque o jornalismo, assim como a ciência, faz parte de um estilo de vida, um ideal de cultura, cujas bases sustentam a democracia.
Ambos devem pressupor que existe uma realidade objectiva a ser conhecida e comunicada, e que tentar manipular tal realidade é atentar contra os fundamentos das sociedades democráticas.
O autor considera, porém, que já se começaram a dar os primeiros passos para o fortalecimento da relação “media”/ciência.
É o caso do suplemento “Fato ou Fake” do “site” G1, onde os casos são pontualmente analisados, e as notícias falsas sobre a pandemia são desconstruídas.
Além disso, foram criadas, nos últimos cinco anos, diversas associações de comunicação científica, que facilitam a divulgação transversal de estudos relevantes.
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