Onde se defende a regionalização mediática no Brasil
Na década de 1980, um grupo de colaboradores dos “media” brasileiros fez aprovar uma lei para a regionalização da produção jornalística, educativa e cultural, recordou Chico Sant’Anna num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Contudo -- segundo recordou o autor -- este documento nunca foi aplicado. Assim, as grandes operadoras brasileiras passaram a produzir uma “grelha” de conteúdos uniformes, focada nos grandes polos económicos do país, e omitindo a diversidade cultural dos diversos Estados.
Agora, a realidade pode estar prestes a mudar, por iniciativa do Conselho Administrativo de Defesa Económica – Cade.
O Cade -- órgão vinculado ao ministério da Justiça -- realizou, recentemente, uma análise às “condutas anticompetitivas" do sector mediático.
A conclusão foi de que a estruturação dos “media” em redes nacionais é algo “negativo”, porque “limita a variedade de conteúdo, sendo transmitida menos programação do que existiria, se cada geradora fosse directamente responsável pelos [seus] produtos audiovisuais”.
Além disso, uma maior pluralidade na produção de conteúdos geraria mais emprego, faria as receitas da indústria cultural circularem e abriria oportunidades para profissionais que não migraram para os polos de produção.
A regionalização da produção cultural e mediática facilitaria, igualmente, a representação de todos os cidadãos brasileiros, promovendo, ainda, talentos de todos os cantos do país.
Janeiro 21
O autor recorda, neste sentido, que, antes das emissões por satélite, nomes como Chico Anísio, Falcão, Renato Aragão e Tom Cavalcante, foram descobertos pelas emissoras locais de TV.
Posteriormente, na música, valores como os de Caetano, Gil, Gal, Bethânia, Alceu Valença, Djavan, só conseguiram vingar depois de migrarem para o Rio e São Paulo.
Mesmo no jornalismo, grandes nomes, como os de Marcelo Canellas, Caco Barcelos, Ananda Apple, tiveram que procurar oportunidades nos grandes Estados.
O mesmo aconteceu nas emissões desportivas, que deixaram de dar tempo de antena às equipas regionais.
O autor sublinha que ainda se desconhece qual o rumo a adoptar pelo Cade.
Porém, a animosidade existente entre o Palácio do Planalto e os grandes Grupos mediáticos poderá ser pretexto suficiente para impulsionar a mudança.
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