Obercom concluiu que “streaming” ultrapassa TV tradicional e domina “identidade audiovisual”
Isto porque, embora a televisão tivesse ao seu dispor dados relativos à popularidade geral do conteúdo apresentado, não era possível monetizar esses dados ao nível individual. Por isso mesmo, a publicidade era utilizada como a principal forma de obter rendimentos.
Neste âmbito, o Obercom recorda que, embora alguns serviços de “streaming” recorram à publicidade para financiar o seu funcionamento – como é o caso do Youtube – a grande maioria introduziu modelo de negócio Subscription Video on Demand (SVOD).
A Subscription Video on Demand (SVOD) foi adoptada por todas as grandes plataformas – a Netflix, Apple TV, Disney +, Amazon Prime, HBO, etc. – e consiste na oferta de um serviço, através de uma subscrição monetária, que permite aos consumidores acederem a um catálogo de conteúdos.
Ao contrário dos serviços de “streaming” de música, que apresentam catálogos de conteúdos semelhantes, as plataformas audiovisuais tendem a apresentar uma reduzida sobreposição de ofertas.
Deste modo, as plataformas audiovisuais tendem a distinguir-se mais
pelo conteúdo presente na sua plataforma, do que pelas suas diferentes características e funcionalidades.
Isto, sublinhou o Obercom, levou as plataformas a dedicarem-se à produção de novos filmes e séries. O maior exemplo disso mesmo é a Netflix, cuja maioria do catálogo (58%) consiste em conteúdos originais.
Com todas estas inovações, o “streaming” tem conseguido renovar as suas audiências, captando a atenção das gerações mais jovens. Como tal, outros sectores da comunicação procuraram investir neste tipo de serviços, uma vez que conquistar um novo público, que seja leal aos seus conteúdos durante vários anos, é um dos principais objectivos de muitas empresas mediáticas.
Em Portugal, isto verificou-se com a criação da Opto, a plataforma de “streaming” da SIC, que disponibiliza um catálogo com produções já emitidas no canal generalista, além de conteúdos exclusivos.
Já nos Estados Unidos, a nova aposta audiovisual estendeu-se ao jornalismo, com o aparecimento da CNN+, um serviço de “streaming” com boletins noticiosos e documentários de cariz jornalístico.
Contudo, esta nova vertente do “on demand” está, ainda, longe de se equiparar ao sector do entretenimento.