Obercom conclui que subscrições “online” não compensam quebra de circulação de jornais
A pandemia impulsionou grandes mudanças no sector dos “media”, obrigando as publicações de todo o mundo a acelerarem a sua digitalização e a repensarem o modelo de negócio.
O mesmo aconteceu em Portugal, onde o Obercom se dedicou a acompanhar a evolução das dinâmicas do mercado da imprensa escrita, com o objectivo de perceber o nível de sustentabilidade das publicações e as suas alterações futuras.
No seu mais recente relatório, “A Imprensa em Portugal – Desempenho e indicadores de gestão 2008- 2020”, o Obercom recorreu a estatísticas sobre a circulação de jornais e revistas, para analisar dados relativos às publicações “Correio da Manhã”, “Jornal de Notícias”, “Diário de Notícias”, “Público”, “Expresso”, “Visão”, “Sábado”, “Diário Económico”, “Jornal de Negócios”, “Jornal Económico”, “Record”, “O Jogo” e “Courrier Internacional”.
Com isto, o Obercom chegou à conclusão de que o fim do suporte em papel pode estar para breve e de que, apesar da aceleração do processo digital, as subscrições “online” não são suficientes para colmatar a quebra da circulação de jornais.
O relatório começa por recordar que a intensificação da produção, disseminação e consumo de informação no formato ‘online’ tem vindo a substituir os hábitos de consumo da informação no formato físico, levando à gradual diminuição da circulação impressa paga, fenómeno que, com a chegada da crise pandémica, veio a agravar-se.
Os resultados analisados neste relatório sugerem, assim, a agudização da crise da venda de jornais em banca, em virtude do período pandémico. Significa isto que, em 2020, a queda no volume de circulação impressa paga é a pior entre todos os anos analisados.
Comparando os resultados obtidos entre 2008, o primeiro ano da análise, e 2020, podemos constatar que houve uma quebra bruta de mais de 64% da circulação impressa paga. Perante estes dados o Obercom acredita que, até 2027, o formato físico do jornal poderá desaparecer.
De sublinhar, neste âmbito, que as maiores quedas se registam durante o período pandémico, com valores extremamente negativos para todas as publicações, com excepção do jornal “Expresso”.
Da mesma forma, e a acompanhar o ritmo de queda da circulação impressa paga, também o volume de tiragens diminuiu.
Isto afectou, igualmente, o Índice de Eficiência de Publicação, um indicador que permite perceber o excedente que resulta da diferença entre o número de exemplares impressos e o número de exemplares vendidos.
Junho 21
Este índice permite identificar os próximos passos que devem ser introduzidos pelos Grupos de imprensa para ajustar as edições para o ano subsequente, como forma de reduzir e controlar esta parte de custos variáveis de produção.
Publicações como o “Expresso”, “Visão”, e o “Courrier Internacional”, registaram valores de rácio mais elevados, ou seja, as suas estratégias foram particularmente eficazes.
Por último, destaca-se um aumento significativo, em algumas publicações, nomeadamente “Público” e “Expresso”, da circulação digital paga.
Em todo o caso, o volume de exemplares pagos -- calculado pela soma da circulação impressa paga e circulação digital paga -- está longe de atingir valores obtidos, anteriormente, pelos jornais em papel.
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