O “Village Voice” perde o papel de património “alternativo” de Nova Iorque…
“Durante mais de 60 anos, o Village Voice desempenhou um grande papel no jornalismo, na política e na cultura americana”, diz o comunicado de Peter Barbey, descendente de uma família de donos de jornais e proprietário do Village Voice desde 2015.
Segundo o Público, que aqui citamos, Barbey acrescenta que o jornal “foi um farol para o progresso e uma voz, literal, para milhares de pessoas cujas identidades, opiniões e ideias de outra forma poderiam não ter sido ouvidas".
O Village Voice recebeu três vezes o Pulitzer Prize e passaram por ele outros romancistas, como “Henry Miller, Ezra Pound ou James Baldwin, e jornalistas como Lester Bangs, cronista da cena musical dos anos 1960 e 70, ou a ensaísta e feminista Ellen Willis”. (...)
“O que dava mais poder ao Voice não era o facto de ser impresso ou de sair todas as semanas”, mas sim o de ter permanecido "vivo" e de ter evoluído “a par e reflectindo os tempos e o mundo em evolução à sua volta”. Agora, defende Barbey em linguagem de negócios, quer que o jornal seja visto como uma ‘marca’. “Quero que a marca Village Voice represente isso para uma nova geração de pessoas – e para gerações vindouras”. (...)
Num tom de balanço final, “quase epitáfio”, The New York Times escreve sobre o Village Voice:
“Sem ele, e partindo do princípio de que [você] é um nova-iorquino de uma certa idade, é muito provável que não tivesse encontrado o seu primeiro apartamento. Que nunca tivesse descoberto a sua banda punk favorita, que nunca tivesse declamado o seu primeiro jargão literário pós-estruturalista, comprado aquele lamentável sofá futon, descoberto Sam Shepard ou verificado as perfídias dos representantes eleitos em Nova Iorque.” (...)
Mais informação no Público e em The New York Times. O site de Village Voice