O “turbo-capitalismo” da informação como nova realidade mediática na era digital
A era digital tem vindo a demonstrar-se prejudicial para o jornalismo, já que tem impulsionado um modelo híbrido da imprensa, que mistura conteúdos noticiosos, com entretenimento e informações não verificadas, denunciou Miguel Ormaetxea num artigo publicado no “site” “Media-tics”.
De acordo com Ormaetxea, esta realidade é uma consequência do “turbo-capitalismo da informação”, que leva os empresários a darem prioridade à quantidade, em detrimento da qualidade do conteúdo partilhado, resultando, consequentemente, numa “infodemia”.
Além disso, recordou o autor, alguns estudos académicos verificaram que os jornais que mais partilham desinformação são, também, aqueles que registam os melhores resultados financeiros.
Com isto, os responsáveis por pequenas empresas jornalísticas, podem sentir-se impelidos a optar pelo mesmo modelo de negócio, continuando a reforçar as vagas de “fake news” nas redes sociais.
Restam, por outro lado, algumas fontes jornalísticas de confiança, que, graças à sua posição no mercado, continuam a apostar em conteúdo de qualidade e na melhoria das reportagens analíticas e dos artigos multiplataforma.
No entanto, acrescenta Ormaetxea, a aposta em conteúdos de qualidade é quase um “luxo” no actual panorama mediático, exclusivo de alguns grandes Grupos de comunicação.
Setembro 21
Algumas dessas publicações, ressalva o autor, contam, igualmente, com um número substancial de seguidores nas plataformas “online” e redes sociais. Ainda assim, o trabalho desenvolvido por estas marcas parece não ser suficiente para inverter todos os danos registados na última década.
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