O panorama mediático actual pode ser caracterizado por um triângulo, cujos vértices são a informação, as “fake news” e as plataformas digitais, considerou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”,com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
De acordo com Castilho, este é um cenário complexo, uma vez que os três vértices estão interligados, sendo difícil distingui-los.
Por isso mesmo, considerou o autor, os actores políticos e as empresas de “media” devem procurar soluções à altura do problema, em detrimento das regulações simplistas que têm sido traçadas nos últimos tempos.
Conforme recordou o autor, o actual “triângulo mediático” fez com que muitos cidadãos passassem a recorrer às redes sociais para se manterem informados, uma vez que diversas empresas de comunicação se fizeram valer destas plataformas para disseminarem os seus conteúdos de forma rápida, e a nível global.
Contudo, este cenário fez surgir duas novas problemáticas.
Em primeiro lugar, as informações fidedignas passaram a confundir-se com as “notícias falsas”, uma vez que as redes sociais ainda não conseguiram introduzir mecanismos eficazes para combater as “fake news”.
Em segundo lugar, a nova realidade digital levou a grande maioria dos jornais a registar uma quebra acentuada nas suas receitas.
Como tal, tanto os governos como os grandes conglomerados de “media” declararam guerra às redes sociais, para combater as falsas narrativas, e conseguir acordos que beneficiem as empresas jornalísticas.
Castilho recordou, neste âmbito, o caso da Austrália, onde a Google e o Facebook foram obrigados a pagar pela utilização de conteúdos jornalísticos nas suas plataformas.
O problema, neste caso, é que todas as partes envolvidas na discussão tomam como referência parâmetros políticos, jurídicos e económicos que não funcionam mais numa realidade digital.
Abril 22
Já no Brasil, continuou o autor, foi iniciado um projecto-lei para o combate das “fake news”.
Contudo, considerou Castilho, este documento ignora a própria pluralidade noticiosa, e prevê a penalização de qualquer artigo que não vá ao encontro das ideologias ou perspectivas dos legisladores e juristas.
Para Castilho, esta abordagem simplista de questões complexas gera falsas expectativas de solução de problemas que surgiram nesta transição da era analógica para a digital.
Por isso mesmo, o autor defende que, mais do que nunca, os cidadãos devem criar o seu próprio caminho, assumindo uma atitude crítica, e procurando navegar num “novo mundo” para o qual ainda não existe um “mapa”.
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