O “slow journalism” como alternativa à vertigem das notícias
Nos dias que correm, o ritmo dos “media” está mais acelerado do que nunca. Os jornais procuram ser os primeiros a dar as notícias de última hora e os boletins informativos lutam pela exclusividade de uma entrevista.
Contudo, há um movimento que tem vindo a emergir, na última década, e que defende o consumo de “media” a ritmo menos acelerado, mas com maior profundidade: o “slow journalism”.
Este tipo de jornalismo pode ser encontrado em publicações como o “Delayed Gratification”, o “Tortoise”, ou, no caso português, no “site” “Fumaça” e, por norma, tenta apelar aos cidadãos que se dizem cansados de consumir notícias.
No entanto, um estudo de Kim Anderson, publicado no “Journalism Practice” sugere que, em vez de conquistar leitores sem hábitos informativos, essas publicações começam a ser incluídas na rotina dos cidadãos que têm hábitos de consumo noticioso.
O estudo baseou-se no “site” dinamarquês de “slow journalism” “Zetland”; foi oferecida uma subscrição da plataforma, durante dois meses, a cerca de 180 cidadãos, que aceitaram ser inquiridos sobre os seus hábitos de consumo.
Setembro 20
Os inquéritos incluíam itens sobre o cansaço das notícias. (Exemplos: "Sinto-me sobrecarregado com a quantidade de notícias disponíveis", "sinto-me exausto com demasiadas notícias", "estou cansado de notícias cheias de carga negativa).
Os resultados: as pessoas que se diziam cansadas de notícias, tinham menor probabilidade de ler os artigos do ‘Zetland’. Por outro lado, os cidadãos que já consumiam informação regularmente eram mais susceptíveis de utilizar a sua subscrição ‘Zetland’. “Por conseguinte, o estudo ilustra como as boas intenções do lento movimento jornalístico não são facilmente cumpridas”, concluiu o estudo.
Ou seja, quem está habituado a consumir notícias, vai continuar a fazê-lo, independentemente da rapidez da sua elaboração.
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