Afirmações correntes, como as de que o chocolate escuro é especialmente saudável, um copo de vinho por dia também, que o açúcar cria tanta dependência como a heroína, são familiares. Outras podem ser usadas em sentidos diferentes, como a de que comer couves ajuda a perder peso, numa notícia, ou que pode prejudicar a visão, noutra. 

O que é hoje frequente, neste tipo de títulos populares, é que quase tudo pode ser acusado de provocar o cancro. 

Segundo o artigo que aqui citamos, do Observatório Europeu do Jornalismo, “34% dos estudos académicos revistos usavam uma linguagem considerada demasiado forte, [neste ponto] da inferência causal, pelos próprios revisores; e 48% dos artigos publicados na Imprensa usavam uma linguagem ainda mais forte do que os correspondentes artigos académicos”. 

E o problema não pode ser apenas atribuído a má compreensão, ou exagero por parte dos jornalistas. Também 58% dos artigos relatavam de modo pouco rigoroso a questão [investigada], os resultados, a intervenção [efectuada] ou a população do estudo académico”.

  

O artigo citado, na íntegra, no European Journalism Observatory,  e o estudo nele referido