Segundo Cairo, a má concepção dos gráficos deve-se a uma simplificação excessiva, ao tentar tornar informações complexas fáceis de compreender. Contudo, existem, também, os casos em que os gráficos são elaborados para esconder deliberadamente a sua complexidade e informações ou para sugerir padrões enganosos nos dados subjacentes.

 

Os jornalistas devem ser cuidadosos na análise dos gráficos, realizando uma verificação desses dados da mesma forma que confirmam qualquer outra fonte. 

 

A verificação deve pressupor identificar em que dados o gráfico se baseia, se essa fonte é confiável, se a amostra é representativa e se alguma informação foi negligenciada ou encoberta, o que se poderá traduzir numa visualização errada ou enganosa.

 

Os gráficos dos dados devem, também, deixar claro se existe alguma incerteza ou margem de erro, o que deveria ser uma prática da cobertura de eleições, por exemplo. 

 

"Quantas vezes já vi uma manchete que diz que o Candidato A está à frente do Candidato B, mas quando leio os números e é 45% contra 43%? Se a margem de erro for de quatro pontos, não se pode afirmar que um está à frente", refere Cairo.

 

Carlotta Dotto, jornalista de dados da First Draft News, disse que a organização está cada vez mais preocupada com informações maliciosas ou enganosas apresentadas através dos gráficos e considera que o livro de Cairo ajudará os jornalistas a criar confiança nos gráficos que eles próprios produzem e nos gráficos de verificação de factos facultados pelas suas fontes. 

 

O livro do Cairo está repleto de dicas práticas, o que o torna um óptimo recurso para criar melhores gráficos e para interpretar os gráficos recebidos de uma determinada fonte. 

 

No artigo poderá ainda verificar as sugestões do autor sobre a correcta análise e interpretação de gráficos e dados.

 

Mais informação em IJnet.