O renascimento do jornal em papel pode acontecer em 2019

A tendência vinha sendo anunciada desde há algum tempo. A jornalista britânica Ruth Jamieson, autora de “Print is dead. Long live print”, afirma que há uma “nova simbiose entre uma revista impressa e as possibilidades que oferece a Net”.
Segundo Miguel Ormaetxea, que aqui citamos, “a falta de ideias e de risco dos editores, e o seu desconhecimento da cultura digital, são em grande medida responsáveis pela queda dos produtos impressos”:
“Muitos deles continuaram a operar com a mesma cultura tradicional. Faz sentido que os diários abram muitos dos seus títulos com temas que foram publicados na véspera de modo digital, em todas as espécies de suportes? Está a tornar-se evidente que os jornais diários têm de rever a sua abordagem. Muitos deles terão de ser reconvertidos em produtos de fim-de-semana, onde se publiquem análises e reportagens longas, que expliquem os motivos e os horizontes dos fenómenos que estão a acontecer, e não só o seu enunciado na forma de notícia.” (...)
O autor refere-se depois a estudos neurológicos sobre as diferenças entre os modos de ler, nos ecrãs ou no papel, que sugerem maior superficialidade, e com menos memória do que se leu, no primeiro caso.
Outro texto no mesmo site, de Miguel Ossorio Vega, trata também deste tema e afirma:
“O mercado do papel impresso está vivo, e aqueles que estão a inovar nele sabem-no muito bem. Há quem se arrisque com as revistas de marca, por exemplo, uma área de negócio de um futuro onde tem lugar a impressão. Em parte porque continua a ser um suporte poderoso para obter receitas, e em parte porque o público continua a apreciar uma coisa que só o papel pode dar, apesar dos muitos benefícios do digital.”
E cita o livro recente do jornalista australiano Stuart Howie, “The DIY Newsroom”, no qual, entre outras coisas, se afirma que “o digital chama a nossa atenção, mas o papel conquista-nos o respeito”. (...)
Os dois artigos citados, na íntegra, em Media-tics. Mais informação no nosso site