Aplicando este critério, por medo de perder receitas, muitos outros jornais locais decidiram, entretanto, não apoiar nenhum candidato, nestas eleições presidenciais norte-americanas.


E, de acordo com o autor, os cinco títulos de ressonância, influência e qualidade, tais como o “New York Times”, o “Washington Post”, o “Boston Globe”, o “Los Angeles Times” e o “Wall Street Journal”,  já não são representativos como outrora.


Desta forma -- alerta Sahagún -- arriscamo-nos a perder as origens dos “media”; tanto na Europa como nos EUA, a imprensa nasceu como uma plataforma para um ou outro partido, nas limitadas democracias burguesas do século XIX.  Por exemplo, o “New York Post” foi lançado por Alexander Hamilton, em 1801, para atrair votos.


Em 2015, pouco antes de deixar o seu cargo como provedora do leitor no “New York Times”, Margaret Sullivan denunciou a crescente confusão, mesmo na imprensa mais prestigiada, entre notícias e opiniões.


"Quando se dá uma opinião nas páginas que deviam ser dedicadas à opinião, está a atravessar-se uma linha importante", alertou, à época, o líder de opinião do “Times” Andrew Rosenthal.


E, de acordo com o autor, no auge da catástrofe do coronavírus, perdido no turbilhão das redes e ‘blogs’, onde tantos ignoram, sistematicamente, as raízes do melhor jornalismo (...) as palavras de Rosenthal fazem mais sentido do que nunca.