Isto reflecte-se, igualmente, nos “media” privados de dimensão mais “modestas”, que, no fundo, noticiam segundo os interesses dos seus anunciantes e investidores. 


Este paradoxo reflecte-se, também, em questões de segurança. Se, por um lado, os repórteres tentam alertar para a necessidade de isolamento social e para cuidados de higiene, os “patrões” dos “media” tardam em fornecer materiais de protecção aos seus colaboradores.


Ainda assim, sublinha a autora, o esforço e a dedicação dos jornalistas é indiscutível. Apesar de todos os entraves, as publicações têm-se dedicado a explicar a pandemia e, títulos de maior proeminência, como a “Folha de S. Paulo”, estão a realizar reportagens aprofundadas sobre a situação económica do país, ainda que isso signifique perder investidores.

Além disso, os “media” tornaram-se os principais opositores de Bolsonaro,  ao avaliar a gestão do Governo Federal, perante a crise sanitária. 

Apesar das contradições entre o que é noticiado e os “bastidores das empresas”, e apesar dos limites impostos aos “media”, o jornalismo tem conseguido servir o interesse público. Até porque a imprensa independente  e alternativa tem sido bem sucedida em encontrar novos modelos de financiamento.

Assim, conclui a autora, o verdadeiro desafio está, agora, em aprender como ser rentável sem sucumbir ao descompasso entre a ética jornalística e a ética da instituição.


Leia o artigo original em “Observatório da Imprensa”