O papel de Otavio Frias Filho na história da crítica dos Media no Brasil
“No meu entendimento, o Ombudsman dentro de um jornal, ou de uma televisão, de uma revista, funciona como um mecanismo de freio e contrapeso aos abusos de poder”, dizia Frias Filho a Alberto Dines, em Maio de 2013. A crítica que funciona, diz ainda, é a que incomoda.
“Quando a Imprensa começa a noticiar aspectos que são vistos como desfavoráveis ou opiniões que incomodam por serem críticas, a reacção de todo governo, aí não importa se um governo de direita, liberal, de esquerda, é quase invariavelmente a mesma, que é uma reacção de defesa e, quando o governo tem força, de ataque”. (...)
“Frias, mesmo dizendo-se um pessimista por convicção e prudência, faz um balanço dos mais de 30 anos de sua actividade como director editorial do grupo Folha para demonstrar sinais de uma evolução na vida pública brasileira e no planeta.”
“Há menos guerra, menos ditadura, há mais liberdade de escolha, o Brasil experimentou uma melhora em termos institucionais, um progresso notável, económico, social” - diz, para concluir que o jornalismo teve algum papel na obtenção de todas essas melhorias.
Alberto Dines, antevendo o cenário disruptivo que iria se acentuar nos anos seguintes, sobretudo pelas novas formas de circulação e produção de informação na sociedade midiatizada, quer saber do entrevistado qual o cenário possível para o jornalismo. Otavio Frias Filho recorre a uma boutade atribuída a Xico Sá: “Jornalismo é que nem barata, não acaba nunca”. (...)
O texto citado, no Observatório da Imprensa