O modelo de “engaged journalism” para melhorar receitas
O CLEF tem como objectivo ajudar as organizações de notícias a interagir melhor e a produzir conteúdos de maior relevância e mais diferenciados para o público que servem, através da utilização de modelos, ferramentas e consultoria desenvolvidos para esse fim.
O fundo foi projectado para dar a essas organizações mais indicações de como trabalhar com os clientes e melhorar as suas ofertas. Inicialmente, o CLEF conecta as organizações de notícias a estas ferramentas e serviços através de subsídios para usá-los –mais a assistência de consultoria por parte dos fornecedores, para assegurar que os serviços sejam incorporados com sucesso nas redacções.
Apesar de frequentemente incentivarem jornalistas a serem mais empreendedores e a desenvolverem formas diferentes de interagirem com o publico, a falta de capital pode dificultar a adopção de novas ferramentas e serviços.
O CLEF subsidia o custo da utilização dos serviços através das redacções e os fornecedores de serviços têm não só mais rendimentos, mas também um novo grupo de utilizadores para ajudar a melhorar a oferta.
A integração destas ferramentas e serviços procura gerar comunidades mais envolvidas, narrativas mais informadas e relacionamentos mais profundos e confiáveis. O objectivo é que estas alterações gerem receita, através do aumento do número de assinantes e membros e de doações de fundações.
No primeiro semestre de 2019, a empresa de estratégia de media Dot Connector Studio trabalhou com o Lenfest Institute for Journalism para avaliar o primeiro ano da iniciativa CLEF.
Segundo as avaliadoras de impacto do Dot Connector Studio - Jessica Clark, Katie Donnelly e Michelle Polyak - referiram numa revisão do Community Listening and Engagement Fund (CLEF), a pesquisa descobriu que o Hearken e o GroundSource podem ser utilizados para aprofundar o envolvimento da comunidade, criar relações com novos membros da audiência e moldar a cobertura editorial. Isto se for gerido por funcionários motivados, em redacções com apoio da liderança e se tiverem tempo para empregarem bem os seus serviços.
Actualmente, existem poucos dados disponíveis nos relatórios dos participantes do CLEF que relacionem a utilização destes serviços com o aumento das receitas ou do número de membros.
O projecto inicial esperava ceder às redacções uma bolsa para utilizarem estas ferramentas durante um ano, para que depois pudessem analisar resultados e o efeito das plataformas na sustentabilidade do negócio. Porém, não foi possível comparar com clareza se estas ferramentas e serviços estavam a ajudar a gerar receita, pois quando foi concluída a pesquisa, em Maio de 2019, alguns dos utilizadores não tinham terminado os seus relatórios.
O artigo destaca ainda que, por norma, as redacções relataram um aumento dos níveis de envolvimento em torno de novas vias de comunicação.
A incorporação desses serviços de envolvimento/interacção nos sites levou a um aumento do número de assinantes. No entanto, embora algumas redacções maiores tenham sido capazes de ganhar dezenas, ou mais, de novos assinantes, em geral essas taxas de conversão têm sido inconsistentes.
As redacções também relataram que os serviços ajudam a prolongar a vida das reportagens, em vez de desaparecerem nas redes sociais ou nos sites. Isso permitiu que as redações publicassem de novo e recuperassem conteúdos mais antigos que abordavam questões e necessidades da comunidade.
Algumas redacções consideraram o custo dos serviços e do pessoal proibitivo e não tinham a certeza se poderiam continuar a utilizá-los após o término do período de concessão. No entanto, em Maio de 2019, sete das redacções assinaram para continuar a usar os serviços, após o fim do período de concessão da subvenção.
Mais informação em NiemanLab e em Lenfest Institute.