O jornalismo no Brasil confrontado com o processo de vacinação contra a covid
Em contexto de pandemia, os jornalistas devem colocar-se no lugar do leitor, procurando responder às suas principais questões e inquietações, segundo indicou Carlos Wagner num artigo publicado, originalmente, no “blog” “Histórias mal Contadas”, e reproduzido no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Nesta peça, o autor refere-se, concretamente, ao processo de vacinação contra a covid-19 no Brasil, onde mais de um milhão de cidadãos não compareceram para receber a segunda dose da inoculação.
Segundo recordou Wagner, a maioria dos jornais tem-se cingido a relatar os factos e a reproduzir dados estatísticos, quando esta história requer uma maior contextualização.
O autor sugere, assim, que os jornalistas criem uma narrativa, uma história, de forma a envolverem os leitores na realidade pandémica do Brasil, explicando que esta realidade tem vindo a afectar milhões de cidadãos.
Aliás, no Brasil, mais de três mil pessoas morrem diariamente de Covid, as redes de hospitais públicos e privados colapsaram, faltam “kits” de entubação, há carência de oxigênio hospitalar e as unidades de cuidados intensivos estão lotadas.
Além disso, começam a ser levantadas diversas hipóteses para a ausência dos pacientes, entre as quais morte, falta de transporte no caso dos acamados e medo provocado pelas “fake news”.
E, acima de tudo, existem, agora, relatos do desaparecimento de vacinas para a segunda dose em várias pequenas cidades do interior, principalmente nos Estados do Sul do Brasil.
Abril 21
Posto isto, o autor defende que as redacções deveriam promover reportagens de investigação, de forma a responder às dúvidas que têm vindo a ser levantadas pelos cidadãos brasileiros.
Wagner admite que este tipo de reportagens exige investimento, já que os jornalistas têm de sair da redacção e deslocar-se a vários locais, de forma a apurar os factos.
Contudo, esta aposta impulsionaria, substancialmente, a reputação dos jornais, com qualquer esforço financeiro extraordinário a ser recompensado pelo crescimento do número de leitores e assinantes.
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