Trata-se de um texto que cita, a certa altura, Jane Meyer, chefe da sucursal de Washington da revista New Yorker, que falou sobre o irracionalismo, referindo as suas causas económicas. “Vivemos uma espécie de retorno a Idade Média contra o Iluminismo”, referiu.

 A jornalista criticou o discurso anti ciência que nega o aquecimento global, como uma forma de justificar a exploração dos recursos naturais. Para Meyer, todos estes ataques à ciência e ao jornalismo estão interligados.

 

O debate foi, ainda, marcado pelos relatos de vários jornalistas, a propósito de situações de repressão nos seus respectivos países.

 

Na Hungria, Viktor Orbán encontra-se há quase uma década no poder. A sua hegemonia é sustentada pelo poder económico, dado que os rendimentos per capita são, por exemplo, superiores aos brasileiros. Com discursos nacionalistas, acusa os jornalistas, que tentam fazer o seu trabalho de forma independente, de serem “traidores da pátria”.

 

Tamás Bodoky é um jornalista húngaro que começou a cobrir a corrupção dos governos socialistas nos anos 90. Devido à ascensão da direita, o profissional tem sido alvo de pressões jurídicas e o seu acesso à informação foi, também, dificultado. Ainda assim, com a ajuda de apoios externos, Bodoky continua a investigar para provar o enriquecimento dos amigos de Orbán.

 

Na Nicarágua, a censura das emissões de rádio e televisão e o boicote económico aos jornais comprovam a repressão jornalística.

 

Carlos Fernando Chamorro, director da revista Confidencial, viu a sua redacção invadida depois de terem publicado um artigo crítico do governo de Daniel Ortega, que se encontra no poder desde 2007. Actualmente, o jornalista, que se viu obrigado a sair do país, vive na Costa Rica.

 

Beatriz Adrián, correspondente de uma emissora colombiana na Venezuela, também denunciou várias dificuldades de acesso a fontes. 

 

Ivan Golunov, jornalista russo, relatou a situação que viveu no seu país depois de ter coberto a corrupção do governo de Putin. O jornalista foi detido e só graças à pressão social e a vários protestos foi posto em liberdade. 

 

A jornalista turca, Pelin Unker descreveu a situação de perseguição da imprensa no seu país, salientando que 130 jornalistas estão detidos na Turquia e que cerca de 13 mil foram processados.

 

 

Mais informação em Observatório da Imprensa do Brasil.