O jornalismo como escudo da democracia e o papel das universidades
O artigo que aqui citamos trata do papel das Universidades brasileiras neste esforço de “enfrentamento da crise do jornalismo”.
O autor cita dois exemplos locais e um de âmbito internacional.
Um dos mais visíveis é o projecto Credibilidade, “que reedita no país um esforço internacional pelo aperfeiçoamento dos meios de comunicação através de indicadores e instrumentos que induzem à qualidade no jornalismo”:
“O berço do empreendimento é o Trust Project e o capítulo brasileiro é liderado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pelo Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), responsável também por este Observatório da Imprensa.” Este projecto envolve quase duas dezenas de meios de comunicação, entre eles a Folha de S. Paulo, Nexo e O Globo.
Outro é o Projecto GPSJor, desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina, com a Faculdade Bom Jesus-Ielusc e a Universidade Estadual de Ponta Grossa, que “busca articular e envolver actores e movimentos sociais para um diálogo de construção de novas bases informativas”.
No âmbito internacional, está em estruturação a Rede Lusófona pela Qualidade de Informação, com investigadores das Universidades Federais de Santa Catarina e de Sergipe, além de Universidades de Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor, Macau, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Rogério Christofoletti recorda que, nas últimas duas décadas, “temas como sustentabilidade económica e empreendedorismo entraram para os currículos, levando os cursos a ofertarem conteúdos de economia e administração na tentativa de desenvolver habilidades e competências gerenciais”. (…)
“É claro que esse esforço, isolado, não soluciona a crise do jornalismo, mas é um contributo da Academia, bem como a formação de jornalistas preocupados não só com a sustentabilidade dos negócios mas, sobretudo, com os hábitos de consumo e as formas de envolvimento dos públicos.” (…)
“Com mais de quarenta cursos de pós-graduação em comunicação e jornalismo, o Brasil tem uma pulsante cena de produção de conhecimento, materializada em dezenas de livros lançados todos os anos, um conjunto respeitável de eventos e arenas de discussão, e centenas de artigos publicados em revistas científicas de leitura gratuita e com acesso aberto ao grande público.” (…)
O autor conclui fazendo referência a três vectores dentro do raio de acção da Academia, que podem “colaborar com a indústria e a categoria jornalísticas”: experimentar mais em linguagem e tecnologia, buscando novos produtos jornalísticos, incubar empreendimentos de jornalismo local e contribuir para “formular projectos de lei e políticas públicas que visem o fortalecimento do mercado regional” com financiamento para uma oferta plural de media. (…)
O artigo aqui citado, na íntegra no Observatório da Imprensa.