O jornalismo arrisca ficar refém da “cultura dos cliques”
Os jornalistas são cada vez mais vistos como produtores de conteúdos. A devoção perante os “cliques” demonstra a mercantilização do jornalismo, cada vez mais refém do número de visualizações para aumentar as receitas. Actualmente, um artigo com maior número de visitas é mais importante do que um artigo de maior qualidade e relevância pública.
As métricas calculadas por softwares, como o Google Analytics, ajudam a que as redações possam identificar quais os artigos e temas que geram mais visualizações.
Os jornalistas têm conhecimento de que quanto mais visualizações os seus artigos tiverem mais recebe a publicação através de publicidade, mas muitos não têm conhecimento das métricas avaliadas ou dos montantes em questão.
A análise destes dados pode ser importante para distinguir os conteúdos que geram “cliques” como o “clickbait”, daqueles que geram novos assinantes, como é o caso de conteúdos de maior relevância e de reportagens distintas.
Matt Skibinski realizou a análise de algumas métricas e explicou a sua importância através de um artigo publicado no site do NiemanLab.
Outubro 19
O Google analytics é um software que consegue monitorizar o percurso dos utilizadores nos sites e mostra a origem dos acessos, as páginas mais visitadas e o tempo de permanência por página, entre outros números. Estas métricas ajudam as redacções a ter em conta que tipo de notícias devem produzir em função do seu potencial número visualizações.
Uma das medidas a ter em conta é a duração da assinatura, comum em empresas que utilizam o sistema em causa e que analisam a receita média gerada por um novo subscritor.
Outra das medidas utilizadas pelos editores é a da Receita de Publicidade digital por mil impressões (RPM).
As informações mais partilhadas com os jornalistas são apenas métricas de alcance total como as visualizações. É claro que muitas vezes as leituras feitas desses dados resultam em “peças com manchetes sensacionalistas e de ‘clickbait’ que recebem mais visualizações”, o que leva os jornalistas a tomarem essa informação como base para a criação de conteúdos.
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