A sua leitura da “revolução digital” é que nenhum meio de comunicação “mata” o anterior, mas que o mais antigo acaba por ter de se adaptar aos novos tempos. Considerado um especialista neste terreno do projecto gráfico, e actualmente a ensinar na Columbia University, Mario García deu uma entrevista à CNN, sobre a forma de consumir notícias na era digital, de que a media-tics fez uma síntese por temas. 

Sobre o que mudou no jornal impresso:

A forma de redigir os títulos. “Se agora as notícias de abertura vêm nos dispositivos móveis, só nos cabe dizer ao leitor, em título: ‘Eu sei que tu já sabes, mas vou contar mais.’ Antigamente, a máxima para um jornalista era  - ‘parta do princípio de que o leitor não sabe nada’; agora passou a ser: ‘parta do princípio de que o leitor sabe mais do que você’.” 

Sobre a postura física do leitor:

Há dois movimentos a acontecer constantemente: inclinar-se para a frente a olhar para o telemóvel (os jovens de 25 a 35 anos fazem-no 114 vezes por dia); depois de encontrar, no meio de tantas notícias breves, uma que interessa, o leitor recosta-se e "descalça os sapatos", para ir ao fundo do que procura. É por isso que “o jornalista do séc.XXI tem de saber condensar uma notícia num tweet de 140 caracteres e logo a seguir pô-la em multimédia”. 

Sobre o uso da cor:

Quando Mario García introduziu a cor em The Wall Street Journal, muitos disseram que ele deixaria de ser considerado um jornal sério, mas hoje é raro encontrar um jornal só a preto e branco. De qualquer forma, “o desenho deve estar ao serviço da notícia e não se limitar a ser elemento de decoração; só se podem usar determinados elementos se têm justificação para que a notícia se compreenda melhor”.

Sobre a diminuição do jornal impresso:

“O abandono da impressão diária levará pelo menos 20 ou 25 anos em mercados como os da Índia ou América Latina”, ainda que o “diário” argentino Noticias de la Costa já tenha deixado de sair às terças, quartas e quintas.

“Mas, afortunadamente, haverá sempre um diário em papel”  - conclui Mario García. 

Mais informação no artigo de media-tics e o vídeo da entrevista à CNN