A autora começa por dizer que as pessoas gostam da relação com o material impresso:

“Embora o digital pareça oferecer uma quantidade de benefícios, como o de ser imediatamente ajustável, de acesso livre e interactivo, o jornal impresso continua muito enraizado na memória colectiva dos consumidores. Isto significa que as pessoas continuam a ser atraídas, e desejam ler os media em papel, sejam eles jornais ou revistas, folhetos ou catálogos.” (...)

Citando novamente Mark Beare, “são mais acessíveis fisicamente”; são um meio “muito persuasivo, onde as pessoas tendem a ficar por mais tempo, fazendo dele uma fonte mais forte de mensagem”.

A segunda razão é o desenvolvimento desta: o jornal impresso estimula mais sentidos.

“Uma qualidade exclusiva do jornal em papel, e que o digital nunca terá, é o de ser tangível”. Os consumidores gostam de folhear uma revista, sentir o papel, distinguir a sua densidade e composição. Também o seu cheiro faz parte da experiência total da leitura em papel. 

“Informação complexa é mais bem absorvida quando lida no impresso, em vez de no digital, porque as pessoas precisam de se colocar no texto quando procuram ideias complexas.” (...) 

“Muitas vezes, quando se lê qualquer coisa de uma revista, ou de um livro, lembramo-nos do sítio exacto, na página física, onde estava quando a vimos  - se era a dois terços, ou a meio da página”  - diz Beare. 

Em terceiro lugar, há diferentes tipos de meios impressos  - jornais, revistas, folhetos -  cada um com a sua própria audiência e vocação. “As notícias online e os jornais impressos desempenham funções diferentes. As fontes online são usadas para nos manter actualizados com os títulos de última hora, enquanto os jornais são o espaço para a reportagem em profundidade, a sátira e a análise.” 

“As revistas continuam a vender  - embora muitas tenham uma combinação de presenças impressa e digital. As revistas impressas continuam a ser dominadas por conteúdos de entretenimento, e muitas vezes com a versão digital a conduzir as pessoas a comprarem a cópia impressa.” (...) 

Finalmente, o jornal impresso oferece uma coisa que o digital não tem: “uma experiência ininterrupta de leitura”  - e assim cativa os leitores. 

“Isto significa que não há distracções para o leitor que quer acabar o seu artigo. Quando começa a lê-lo, não há bocados de outras notícias, de vídeos automáticos ou de pop-ups a invadirem o foco do artigo.” 

“Significa que toda a atenção do leitor é orientada para aquele conteúdo específico, o que garante maior envolvimento com a marca, visto que o leitor vai sentir mais o seu impacto e recordá-lo a longo prazo.” (...)

 

O artigo aqui citado, na íntegra, no NiemanLab. Ler também, em Le Monde, "La presse papier est une réalité durable..."