O autor parte do cenário de crise conhecido, com a queda da publicidade e o advento do digital, e conta como se vão pondo em prática medidas “cada vez mais desesperadas” e reaparecem velhas ideias, controversas ou contraproducentes, como as paywalls, ou novas propostas como a da retribuição pelo rendimento obtido, o pay per click

Pagar mais por informações de maior impacto parece razoável à partida. O autor deste trabalho, José Cervera, é biólogo e paleontólogo antes de se ter tornado jornalista freelance, o que se nota na sua linguagem: 

“Ao fim e ao cabo, ter de comer o que se caça tende a elevar o nível de concentração e soa bem, tanto aos gestores como aos profissionais mais convencidos do seu próprio valor pessoal, os quais não são raros nesta profissão.” 

É a partir deste ponto que ele faz uma síntese histórica da introdução destes modos de medida no jornalismo online, e volta à questão do seu significado: 

“O problema principal é que não sabemos medir muito bem o jornalismo e o seu impacto, o que provoca sérios inconvenientes conceptuais e operativos.”  É fácil, na Internet, associar números a objectivos, medir quem visitou um texto e quanto tempo se demorou por lá, se o partilhou nas redes sociais. Até se podem medir as receitas geradas. “O problema não é conseguir números, que a tecnologia da rede oferece com abundância  - explica José Cervera. – O problema é saber o que significam.” 

Recorda depois como se mediam as audiências e o favor do público no jornalismo tradicional, e como as coisas se complicaram com a chegada do digital, onde “o império do clic” facilitou a chegada do império da ligeireza: 

“É o que poderíamos denominar como o ‘paradoxo da Má Medição’: quando não sabes medir o que queres, acabas por querer o que sabes medir.” 

Leia o texto original, na íntegra, no site  Cuadernos de Periodistas