O imediatismo como adversário da informação digital
Interrogado sobre qual foi o primeiro dilema ético que enfrentou, responde que “é o dos efeitos que pode gerar uma informação”, citando o caso de uma avalanche que matou 20 mil pessoas, ou o que acontece em cenários de guerra: “O dilema era - informar primeiro para gerar impacto ou pensar primeiro nos efeitos possíveis e depois informar?”
As questões que são postas ao seu Consultório Ético da FNPI “indicam os temas de responsabilidade como os mais frequentes. E entre eles os que representam as imagens de violência: Devemos usá-las? Como? E como substituí-las?”
Pelo meio da entrevista, que aqui citamos de ObjEthos – Observatório da Ética Jornalística, do Brasil, Javier Darío Restrepo tem palavras fortes sobre a ética como caminho para a excelência:
“Acabo de ler em Paul Ricoeur que, se o homem tem história, é porque trabalha. São inseparáveis o ser e o fazer. Portanto, a excelência pessoal corresponde à excelência em fazer, no exercício profissional. A ética como vocação para a excelência afasta o jornalista, definitivamente, do fazer rotineiro e do medíocre, e exige sempre o grau máximo de qualidade profissional.”
A concluir, tem uma exortação sobre “o fortalecimento da liberdade pessoal a partir da convicção de que a liberdade não nos é dada por ninguém, nem retirada”:
“Os governos devem limitar-se a não desordená-la e o jornalista deve tomar consciência de que a liberdade é um trabalho pessoal e constante. Nunca se tem a liberdade, sempre se planeja construí-la, porque quando ela não cresce, decresce.”