O futuro dos media debatido em São Paulo entre jornalistas, docentes e gestores
O artigo que citamos conta que o formato do encontro, “sem temas pré-definidos e baseado em conversas horizontais, e a mistura de indústria tradicional + plataformas de tecnologia + empreendedores do jornalismo + académicos”, acabou por proporcionar “debates instigantes”.
Breve nota sobre os cinco pontos mais salientes:
- – Fakenews. Tanto a Google como o Facebook, que também esteve presente, mostram-se preocupados com as repercussões do fenómeno das “notícias falsas” sobre a sua imagem. “Alvejados por jornalistas e publishers, que acusam as plataformas de permitir a expansão das notícias falsas, Google e Facebook admitem que são parte do esforço contra o deterioramento da esfera pública, mas negam a condição de editores de media.” O vice-presidente de News da Google, Richard Gingras, foi entrevistado pela Folha de S. Paulo, e as suas declarações podem ser lidas neste vídeo, com legendas em português.
- – Colaboração. Os jornalistas estão a tomar consciência de que, com “cada vez menos recursos”, precisam de pôr de lado a competição e reunir forças. “Como tornar possíveis novos Panamá Papers? Jornalistas independentes não deveriam formar uma rede para compartilhar fontes, apurações, histórias?”
- – Startups jornalísticas. Estavam presentes algumas das mais conhecidas iniciativas brasileiras neste campo, como Nexo, JOTA, Canal Meio, Ponte e Agência Pública. “Faltam modelos, planeamento e estímulo aos jornalistas empreendedores. Como incubar novos negócios de modo a dar-lhes preparo e condições para se desenvolver e inovar?” Ficou a promessa de criação de um grupo para ampliar e aprofundar os debates no Brasil.
- – Olho no retrovisor. Tanto os administradores como os editores dos meios tradicionais procuram descobrir “o novo modelo de negócios que vai lhes garantir sobrevivência. Paywall, conteúdos patrocinados e métricas de audiência, de entre outros temas, geram debates que sempre voltam ao mesmo lugar: quem vai pagar a conta?”
- – O que é o jornalismo, afinal? Que valor entregamos à sociedade? E para que serve? “Nas melhores sessões sobre cenários futuros, questões profundas como essas surgiram naturalmente, sem que fossem discutidas exaustivamente. O ecossistema pós-industrial expõe nossas fraquezas conceituais e, no caso brasileiro, denuncia o abismo entre mercado e academia. O jornalismo do futuro não virá de drones, realidade virtual ou aplicativos de celular, mas das melhores respostas para estas perguntas.”
Mais informação no artigo original, no ObjEthos, de onde colhemos a imagem utilizada