Segundo o estudo, a maioria das fundações investe na expectativa de que os jornalistas usem novos produtos tecnológicos. O problema é que a tecnologia é considerada “novidade” por um período reduzido, o que os obriga a manterem-se competitivos. 

"Tudo o que as fundações querem é relatar o quão interessantes são  os dispositivos . Se eu quiser manter o financiamento da fundação, tenho que reinventar a minha premissa anualmente”, garante um jornalista. 

Outro dos grandes objectivos das fundações é conseguir o envolvimento da audiência, o que significa que os jornalistas têm de usar, frequentemente, as redes sociais para partilhar e promover os  conteúdos.

 Muitos dos redactores entrevistados são cépticos relativamente a estas iniciativas, pois consideram que os capitais deveriam ser mobilizados para o financiamento de reportagens reais e não para aquilo que se assemelha a “branded content”, ou conteúdo patrocinado. 

Um dos participantes, a título de exemplo, referiu que o subsídio da fundação para sua redação veio com uma directriz para descrever, explicitamente,  ao público como a organização gastou os fundos - em artigos de notícias, testemunhos publicados no site da fundação, ou, mais comumente, em apresentações em conferências e eventos da indústria.

O cepticismo dos jornalistas, não é, porém, partilhado pelos investidores. As fundações consideram que desejam , apenas, salvar o jornalismo, e que pretendem partilhar as conquistas alcançadas. 

A imprensa financiada enfrenta, entretanto, vários desafios colocados por uma dinâmica de poder distorcida, entre aqueles que precisam de ajuda institucional e aqueles que  usam essa assistência para encontrar soluções industriais.