A imprensa, em todo o mundo, está a adaptar-se à nova realidade, desencadeada pela pandemia do coronavírus, e a trabalhar, maioritariamente, por via remota.
Os jornalistas parecem querer zelar pela saúde dos leitores e, nos “media” os avisos e as advertências repetem-se: ficar em casa para conter a disseminação do vírus, evitar aglomerados de pessoas, sair só em caso de emergência, ou para adquirir bens essenciais.
Ainda assim, alguns profissionais, nos Estados Unidos parecem não seguir a conduta que promovem, realizando reportagens no exterior e expondo-se à contaminação do vírus, destaca Alexandria Nelson, num artigo publicado no “Columbia Journalism Review”
De acordo com a autora, os repórteres estão a pôr em causa a saúde pública, deslocando-se, por exemplo, a praias para dar conta de cidadãos que não estão a cumprir as normas de isolamento. Os jornalistas querem, assim, distinguir-se dos restantes concidadãos.
Abril 20
Além disso, as sedes de alguns dos principais jornais norte-americanos continuam abertas, com os colaboradores a trabalharem, directamente, nas redacções.
Para Nelson, a crise actual exige que os jornalistas reconsiderem se determinadas notícias são, de facto, essenciais, e que recursos vale a pena mobilizar. A autora considera, mesmo, que o ciclo de vinte e quatro horas de notícias é uma característica “neurótica”, induzida pela tecnologia mediática, que deveria ser repensada, particularmente, em período de auto-isolamento. Assim, as redacções mostrar-se-iam solidárias e responsáveis, face ao actual panorama.
A autora espera que uma tal mudança nos comportamentos dos jornalistas promova uma relação mais próxima e transparente com as audiências, uma característica essencial para desempenhar, eficazmente, a profissão.
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