O erro no trabalho do jornalista como matéria de reflexão
O jornalismo é, cada vez mais, caracterizado pelo imediatismo e, por isso, o erro faz parte do trabalho profissional, adianta Paula Cesarino Costa no Observatório da Imprensa do Brasil. No entanto, para a jornalista, é preciso perceber o que está na origem dos erros cometidos, como os evitar e como os corrigir, de forma a que não ocorram com muita frequência.
A pressa com que as notícias são publicadas tem de ser a mesma com que os erros são corrigidos. Numa altura em que as revisões antes e depois da publicação são cada vez menos, é essencial uma “correcção rápida, justa e adequada dos erros jornalísticos”, de forma a manter a credibilidade dos media junto do público.
Para que isto seja possível, os erros têm de ser corrigidos também no imediato, “com visibilidade” e, se assim se justificar, explicar a sua correcção junto das pessoas para melhor a compreenderem.
A resposta ao erro vai depender, também, do tipo de erro cometido e da sua causa. Para Paula Cesarino Costa, os erros mais comuns passam por erros de informação, de procedimento, de edição ou de avaliação.
Os erros de informação são muitas vezes causados por pesquisas apressadas e incompletas, por interpretações erradas dos factos, pela formação profissional, pela cultura de uma empresa, ou mesmo pela má fé de um jornalista. Costa lembra ainda os “exclusivos” que, por se querer dar uma notícia em “primeira mão”, muitas vezes se perde a importância e contextualização da mesma.
Setembro 22
A jornalista aponta, ainda, a pressão como causa de erros. No entanto, para Paula Cesarino Costa, é preciso reflectir antes de editar só para “ser o primeiro”. Refere então que, em alguns casos, “é preciso ter coragem para publicar. Em outros, a ousadia de não publicar”.
Também as suposições sobre determinado assunto e as discordâncias acerca da linha editorial podem conduzir a erros no trabalho jornalístico. Para a jornalista, é preciso que os meios de comunicação social encontrem o máximo de equilíbrio possível, apesar de reconhecer que nenhum é completamente neutro nas suas posições.
Paula Cesarino Costa dá ainda o exemplo da cobertura da operação Lava-Jato, onde a falta de uma linha de investigação própria por parte dos meios levou à manipulação inocente de alguns jornalistas. Esta falta de investigação e de questionamento por parte dos meios de comunicação é também um erro, abrindo portas a “narrativas feitas” que os “media” replicam.
No dia 5 de Novembro, realizam-se as eleições presidenciais dos Estados Unidos, com Kamala Harris e Donald Trump como candidatos pelos partidos democrata e republicano, respectivamente. Este é um...
A empresa de inteligência artificial (IA) Perplexity lançou um programa de parcerias com organizações de media que prevê a partilha de receitas com publicidade, entre outros benefícios para os...
Embora o Reddit não tenha um programa formal dirigido a organizações de media, algumas das funcionalidades desta rede social podem ser usadas pelas publicações para chegar a mais pessoas e criar...
Embora se definam apenas como plataformas tecnológicas, as redes sociais influenciam as opiniões pessoais. Os especialistas em comunicação, como Rasmus Kleis Nielsen, autor do artigo News as a...
De acordo com Carlos Castilho, do Observatório de Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém uma parceria, o jornalismo enfrenta, actualmente, dois grandes desafios, nomeadamente,...
Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea, reflectiu acerca da receita de publicidade digital dos media, que, em grande parte, fica nas mãos de grandes empresas de tecnologia,...
Num texto publicado na revista ObjETHOS, um dos seus pesquisadores, Raphaelle Batista, reflectiu sobre o papel que o jornalismo teve no Brasil durante 2022, assim como o que deve ser mudado.
Batista...
O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem...
Algumas organizações criaram um novo guia, Dimensions of Difference, para ajudar os jornalistas a entender os seus preconceitos e a cobrir melhor as diferentes comunidades. Este projecto baseia-se...