O cartoon de Imprensa mais pobre com a morte de Siné
Como conta o Le Monde, Siné foi uma “figura histórica” do Charlie Hebdo, onde começou a trabalhar em 1974. Nesse mesmo ano, acompanhou com interesse o processo político português a seguir ao 25 de Abril, tendo desenhado várias ilustrações sobre o mesmo.
Acusado de anti-semitismo, o que ele negou, foi afastado pelo director do semanário, Philippe Val. Este conflito partiu de uma crónica em que Siné ironizava sobre uma eventual conversão ao judaísmo de Jean Sarkozy, filho do Presidente da República, antes do seu casamento com a filha do fundador da empresa Darty. “Jornalistas e intelectuais dividiram-se, nessa altura, entre os que eram pró-Val e pró- Siné.”
Depois de sair do Charlie Hebdo, fundou o Siné Hebdo, que fechou em pouco tempo. Em 2011, e apesar dos seus problemas de saúde, lançou o Siné Mensuel, o qual, confrontado com dificuldades financeiras, lançou, no ano passado, um apelo a donativos.
O famoso caricaturista tinha comprado, há vários anos, a sua sepultura no cemitério de Montmartre. Redigiu também as suas “últimas vontades”, onde chega a dizer a marca de vinho Beaujolais que deve ser servida aos presentes, e faz uma lista dos discos que devem acompanhá-lo - quase todos de blues e jazz: Nina Simone, Ray Charles, Otis Redding, Dizzy Gillespie, Count Basie e Bille Holiday.
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