O Brasil é país de risco para exercer jornalismo …
Também o Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, recentemente divulgado, destaca o caso do Brasil, referido como “um dos países mais violentos da América Latina para quem exerce este ofício”.
Segundo o relatório, pelo menos quatro jornalistas foram assassinados em 2018, pelo trabalho que exerciam, “e na maioria dos casos os profissionais mortos cobriam e investigavam temas sensíveis ligados à corrupção, políticas públicas e crime organizado, particularmente em cidades de pequeno e médio porte”.
Noutra recolha, intiulada “Violência contra jornalistas e liberdade de Imprensa no Brasil”, da FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas, é explicitamente afirmado que “a violência contra jornalistas no Brasil voltou a crescer em 2018, sendo que o número de agressões chegou a 135, atingindo 227 jornalistas, visto que em muitos casos mais de um profissional foi atingido”.
Ainda outro relatório, “Violações à liberdade de expressão (2018)”, da Abert - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, conclui que “em todo o mundo, a tarefa de informar se transformou em risco de morte e os jornalistas continuam sendo tratados como alvos; no Brasil, não é diferente.”
A ONG Artigo 19 sublinha a gravidade do caso brasileiro pelo facto de o seu espaço de comunicação ser “marcado por um grande ‘deserto de notícias’, em que mais de um terço da população vive em cidades sem nenhum jornal impresso ou online local”.
Tendo citado a mensagem da directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, a propósito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o autor conclui que “os ataques aos jornalistas estão relacionados a tentativas de controlo social ardilosas, que podem corroer instituições democráticas e dar aos detentores de poder económico e político um nocivo grau de manipulação dos factos sociais, pois, em inúmeras ocasiões, a falta de densidade informativa é proposital e estratégica”.
O artigo aqui citado, na íntegra no Observatório da Imprensa