Com as audiências em vista, os jornalistas, não poucas vezes, partilham informações sem as contextualizar, promovendo a sensação de insegurança e de medo. 


Segundo Tabakman, esse tipo de cobertura tem vários malefícios, como, por exemplo, corromper a confiança nos cientistas e nas autoridades sanitárias. A própria OMS está preocupada com o que chama de “infodemia” (informação + epidemia). “A resposta ao 2019-nCoV foi acompanhado por uma enorme ‘infodemia’ – uma enorme abundância de informações, algumas precisas e outras não, o que dificulta o processo de encontrar fontes confiáveis e orientação fidedigna”.

Cientes de que as “fake news” se disseminam mais rapidamente do que as doenças, pelo menos 48 organizações de “fact-checking” , trabalham para descredibilizar informações falsas sobre o novo coronavírus. O projecto colaborativo, coordenado pela Rede Internacional de Fact-Checking”, promete estar activo enquanto a doença não estiver controlada. Pode ser seguido nas redes sociais através de duas “hashtags”: #CoronaVirusFacts e #DatosCoronaVirus.

A autora apela, assim, aos repórteres que sejam, particularmente, cuidadosos com a informação que veiculam e que caprichem na pesquisa sobre alguns conceitos essenciais. Aos leitores, deixa recomendações simples: deixar de lado os jornais sensacionalistas e lavar as mãos.