O fanatismo religioso e a xenofobia são outras das grandes tendências entre os artigos tendenciosos partilhados via redes sociais. Há, mesmo, quem acredite que o novo coronavírus representa de um castigo divino, ou que a pandemia é uma estratégia do governo de Pequim para disseminar o pânico.

Os movimentos negacionistas estão, também, a aproveitar-se da “onda” de medo, para manifestarem as suas posições face à Covid-19. 

Há, igualmente, várias notícias falsas sobre as possíveis curas para a covid-19. Vídeos e textos com “notícias” de supostas curas e vacinas contra o vírus, que já estariam a ser produzidas em países como Israel, China, Estados Unidos e Cuba, ficaram “virais” nas redes da internet.

Se algumas “fake news”  são, praticamente, inócuas,  outras podem causar problemas seríssimos. A título de exemplo, um boato de que havia sido promulgada uma medida provisória que determinava a suspensão dos subsídios de idosos que saíssem de casa, provocou transtornos desnecessários a várias pessoas de idade avançada, temendo a possibilidade de perder alguma parte dos seus rendimentos mensais. 

Já a falsa informação de que o uso de medicamentos que contém hidroxicloroquina e cloroquina seria uma medida eficiente para o tratamento da covid-19 provocou uma frenética corrida às farmácias, comprometendo a saúde de muitas pessoas. 

Perante o caos informacional, a pediatra Denise Lellis advertiu para a existência de três epidemias: o coronavírus, as informações duvidosas e o medo.

A primeira é a mais importante; na medida do possível, está a ser combatida. A segunda epidemia é um pouco mais difícil de evitar, pois a informação é uma constante. A terceira epidemia em andamento, relacionada com medo, pode ter tanto uma base real como pode ser gerada de maneira paranoica pelo excesso de informações falsas.

Ainda assim, 72% dos brasileiros  consideram-se bem informados sobre os últimos acontecimentos.

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