Espera-se agora que, com o 5G e a sua velocidade cerca de 20 vezes superior ao 4G, os editores comecem a pensar no futuro e preparem uma nova oferta no jornalismo.

O  New York Times já incrementou o seu Laboratório de Jornalismo 5G, através do qual pretende desenvolver novos formatos de informação, explorar novas oportunidades e novas formas de contar histórias e de testar a distribuição desses formatos na rede 5G. Neste sentido, o New York Times realizou uma pareceria com a Verizon, para poderem ter acesso antecipado aos equipamentos 5G.

A visão do Times sobre o as alterações que o 5G provocará no jornalismo ainda é um pouco vaga, mas o laboratório trabalha em função do uso do tempo e da distribuição de notícias para audiências com acesso ao 5G.


A tecnologia vai mudar a forma como o mundo se conecta e vai permitir melhores ligações de dados, e mais fiáveis também, para jornalistas no campo. O 5G vai permitir a transmissão automática – de fotos em HD, vídeos e áudio, e até mesmo modelos 3D – e em tempo real à redação, os conteúdos vão ser transmitidos à medida que são captados.

Esta tecnologia pode ajudar a elevar o jornalismo a outro nível, através da melhoria de experiências imersivas de Realidade Aumentada e Realidade Virtual nas histórias, permitindo aos leitores "explorar novos ambientes que são capturados em 3D".


Segundo Joshua Benton, o Twitter já tinha alterado os parâmetros do jornalismo, transformando os jornalistas em pessoas que estão constantemente a partilhar informações, notícias e a interagir com o público em “tempo real”. Agora, o 5G pode promover a interação e dar origem a segmentos de grande valor, como por exemplo o livestream exclusivo de jornalistas.

O director também refere que, com esta tecnologia, o streaming de vídeo e a transmissão de dados podem facilitar a comunicação com a redação, permitindo a transferência de conteúdos em bruto, pelo que os repórteres da redação passariam a ter acesso a todos os conteúdos reunidos pelos jornalistas no terreno. Com os novos segmentos de inteligência artificial, a pesquisa por imagem e o video search, também será mais simples encontrar as informações ou as imagens pretendidas. Contudo, isto implicaria a monitorização quase completa dos jornalistas, de forma a captar o máximo de informação possível durante uma cobertura.

Joshua Benton também questiona se será necessário um jornalista estar sempre presente no livestream ou se em alguns casos não será possível a colocação de câmaras e sensores num determinado local (como um jogo, reuniões ou conferências), para que se possa fazer o stream ou destacar apenas os momentos de maior importância.

É certo que o desenvolvimento da internet facilitou a distribuição da informação. A imprensa diária resumia-se a jornais e os canais de televisão tinham apenas uma fracção de tempo para as notícias. Com o surgimento da televisão por cabo, foi possível ter acesso a canais de notícias 24 horas, mas também foi mais fácil passar a evitar os conteúdos informativos, pois a tecnologia avança em todas as outras áreas, tanto para os jornalistas como para os criadores de jogos, de notícias falsas e de memes. Para Benton, vale a pena salientar que o aumento da velocidade da transmissão de grande quantidade de dados e de vídeos favorecerá muito mais Hollywood e os criadores de jogos do que os próprios jornalistas.

 

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